Veganismo e a causa animal na litaratura espírita


Emmanuel (Francisco Cândido Xavier)


Vida - Aprendizado

Pergunta 129: É um erro alimentar-se o homem com a carne dos irracionais? 

Resposta: A ingestão das vísceras dos animais é um erro de enormes conseqüências, do qual derivaram numerosos vícios da nutrição humana. É de lastimar semelhante situação, mesmo porque, se o estado de materialidade da criatura exige a cooperação de determinadas vitaminas, esses valores nutritivos podem ser encontrados nos produtos de origem vegetal, sem a necessidade absoluta dos matadouros e frigoríficos. 



Vários espíritos (Francisco Cândido Xavier)


Diabetes (por Emmanuel)

Em grande parte, deve o diabetes a sua causa aos vícios da alimentação e poderá ser curável quando os doentes se dispuserem a prescindir de todos os elementos da carne, entregando-se, embora com sacrifício, a regime dos legumes, exclusivamente à alimentação natural, porque a insulina, apesar de aconselhável como proporcionadora de bons resultados, não basta para que a melhora se efetue largamente no tratamento do enfermo. Exija-se deste paciência e perseverança.



Medium psicógrafo: Victorien Sardou; Allan Kardec


Habitante de Jupiter (planeta feliz)

Pergunta 23: Qual a base da alimentação dos habitantes? É animal e vegetal, como aqui?

Resposta: Puramente vegetal; o homem é o protetor dos animais.



Humberto de Campos (Francisco Cândido Xavier)


Marte

Tais providências, explica o espírito superior e benevolente, destinam-se a proteger a vida dos reinos mais fracos da Natureza planetária, porque, em Marte, o problema da alimentação essencial, através das forças atmosféricas, já foi resolvido, sendo dispensável aos seus habitantes felizes a ingestão das vísceras cadavéricas dos seus irmãos inferiores, como acontece na Terra, superlotada de frigoríficos e de matadouros.





André Luiz (Francisco Cândido Xavier)


Vampirismo (instrutor Alexandre, se dirigindo a André Luiz)

– Porque tamanha estranheza? – perguntou o cuidadoso orientador – e nós outros, quando nas esferas da carne? Nossas mesas não se mantinham à custa das vísceras dos touros e das aves? A pretexto de buscar recursos protéicos, exterminávamos frangos e carneiros, leitões e cabritos incontáveis. Sugávamos os tecidos musculares, roíamos os ossos. Não contentes em matar os pobres seres que nos pediam roteiros de progresso e valores educativos, para melhor atenderem a Obra do Pai, dilatávamos os requintes da exploração milenária e infligíamos a muitos deles determinadas moléstias para que nos servissem ao paladar, com a máxima eficiência. O suíno comum era localizado por nós, em regime de ceva, e o pobre animal, muita vez à custa de resíduos, devia criar para nosso uso certas reservas de gordura, até que se prostrasse, de todo, ao peso de banhas doentias e abundantes. Colocávamos gansos nas engordadeiras para que hipertrofiassem o fígado, de modo a obtermos pastas substanciosas destinadas a quitutes que ficaram famosos, despreocupados das faltas cometidas com a suposta vantagem de enriquecer os valores culinários. Em nada nos doía o quadro comovente das vacas-mães, em direção ao matadouro, para que nossas panelas transpirassem agradavelmente. Encarecíamos, com toda a responsabilidade da Ciência, a necessidade de proteínas e gorduras diversas, mas esquecíamos de que a nossa inteligência, tão fértil na descoberta de comodidade e conforto, teria recursos de encontrar novos elementos e meios de incentivar os suprimentos protéicos ao organismo, sem recorrer às indústrias da morte. Esquecíamo-nos de que o aumento dos laticínios, para enriquecimento da alimentação, constitui elevada tarefa, porque tempos virão, para a Humanidade terrestre, em que o estábulo, como o lar, será também sagrado.




Allan Kardec


Pergunta 724: Será meritório abster-se o homem da alimentação animal, ou de outra qualquer, por expiação? 

Resposta: Sim, se praticar essa privação em benefício dos outros. Aos olhos de Deus, porém, só há mortificação, havendo privação séria e útil. 


Pergunta 735: Que se deve pensar da destruição, quando ultrapassa os limites que as necessidades e a segurança traçam? Da caça, por exemplo, quando não objetiva senão o prazer de destruir sem utilidade? 

Resposta: Predominância da bestialidade sobre a natureza espiritual. Toda destruição que excede os limites da necessidade é uma violação da Lei de Deus. Os animais só destroem para satisfação de suas necessidades; enquanto o homem, dotado de livre-arbítrio, destrói sem necessidade. Terá que prestar contas do abuso da liberdade que lhe foi concedida, pois isso significa que cede aos maus instintos.



André Luiz (Waldo Vieira)


Perante os Animais 

Abster-se de perseguir e aprisionar, maltratar ou sacrificar animais domésticos ou selvagens, aves e peixes, a título de recreação, em excursões periódicas aos campos, lagos e rios, ou em competições obstinadas e sanguinolentas do desportismo. Há divertimentos que são verdadeiros delitos sob disfarce. 

Esquivar-se de qualquer tirania sobre a vida animal, não agindo com exigências descabidas para a satisfação de caprichos alimentares nem com requintes condenáveis em pesquisas laboratoriais, restringindo-se tão-somente às necessidades naturais da vida e aos impositivos justos do bem. O uso edifica, o abuso destrói. 

Opor-se ao trabalho excessivo dos animais, sem lhes administrar mais ampla assistência. A gratidão também expressa justiça. 

No socorro aos animais doentes, usar os recursos terapêuticos possíveis, sem desprezar mesmo aqueles de natureza mediúnica que aplique a seu próprio favor. A luz do bem deve fulgir em todos os planos. 

Apoiar, quanto possível, os movimentos e as organizações de proteção aos animais, através de atos de generosidade cristã e humana compreensão. Os seres da retaguarda evolutiva alinham-se conosco em posição de necessidade perante a lei. 




Irmão X (Francisco Cândido Xavier)


Treino Para a Morte

Comece a renovação de seus costumes pelo prato de cada dia. Diminua gradativamente a volúpia de comer a carne dos animais. O cemitério na barriga é um tormento, depois da grande transição. O lombo de porco ou o bife de vitela, temperados com sal e pimenta, não nos situam muito longe dos nossos antepassados, os tamoios e os caiapós, que se devoravam uns aos outros.




Emmanuel (Francisco Cândido Xavier)


Sociologia

Pergunta 62: O “não matarás” alcança o caçador que mata por divertimento e o carrasco que extermina por obrigação? 

Resposta: À medida que evolverdes no sentimento evangélico; compreendereis que todos os matadores se encontram em oposição ao texto sagrado. No grau dos vossos conhecimentos atuais, entendeis que somente os assassinos que matam por perversidade estão contra a lei divina. Quando avançardes mais no caminho, aperfeiçoando o aparelho social, não tolerareis o carrasco, e, quando estiverdes mais espiritualizados, enxergando nos animais os irmãos inferiores de vossa vida, a classe dos caçadores não terá razão de ser. Lendo, os nossos conceitos, recordareis os animais daninhos e, no íntimo, haveis de ponderar sobre a necessidade do seu extermínio. É possível, porém, que não vos lembreis dos homens daninhos e ferozes. O caluniador não envenena mais que o toque de uma serpente? Com frieza a maquinaria da guerra incompreensível não é mais impiedosa que o leão selvagem?... 



Allan Kardec


III: 24: Nos seres inferiores da Criação, naqueles a quem ainda falta o senso moral, nos quais a inteligência ainda não substituiu o instinto, a luta não pode ter por móvel senão a satisfação de uma necessidade material. Ora, uma das mais imperiosas dessas necessidades é a da alimentação. Eles, pois, lutam unicamente para viver, isto é, para fazer ou defender uma presa, visto que nenhum móvel mais elevado os poderia estimular. É nesse primeiro período que a alma se elabora e ensaia para a vida. No homem, há um período de transição em que ele mal se distingue do bruto. Nas primeiras idades, domina o instinto animal e a luta ainda tem por móvel a satisfação das necessidades materiais. Mais tarde, contrabalançam-se o instinto animal e o sentimento moral; luta então o homem, não mais para se alimentar, porém, para satisfazer à sua ambição, ao seu orgulho, a sua necessidade de dominar. Para isso, ainda lhe é preciso destruir. Todavia, à medida que o senso moral prepondera, desenvolve-se a sensibilidade, diminui a necessidade de destruir, acaba mesmo por desaparecer, por se tornar odiosa essa necessidade. O homem ganha horror ao sangue.





Andre Luiz (Francisco Candido Xavier) 


À maneira de crianças tenras, internadas em jardim de infância para aprendizados rudimentares, animais nobres desencarnados, a se destacarem dos núcleos de evolução  fisiopsíquica em que se agrupam por simbiose, acolhem a intervenção de instrutores celestes, em regiões especiais, exercitando os centros nervosos. 




André Luiz (Francisco Cândido Xavier)


Intercessão (diálogo entre o instrutor Alexandre e André Luiz)

Desencarnados à procura de alimentos daquela espécie? Matadouro cheio de entidades perversas? Que significava tudo aquilo? Lembrei meus reduzidos estudos de História, remontando-me à época em que as gerações primitivas ofereciam aos supostos deuses o sangue de touros e cabritos. Estaria ali, naquele quadro horripilante, a representação antiga dos sacrifícios em altares de pedra? Deixei que as primeiras impressões me incandescessem o cérebro, a ponto de sentir, como noutro tempo, que minhas idéias vagueavam em turbilhão. Alexandre, contudo, solícito como sempre, acercou-se mais carinhosamente de mim e explicou: – Porque tamanha sensação de pavor, meu amigo? Saia de si mesmo, quebre a concha da interpretação pessoal e venha para o campo largo da justificação. Não visitamos, nós ambos, na esfera da Crosta, os açougues mais diversos? Lembro-me de que em meu antigo lar terrestre havia sempre grande contentamento familiar pela matança dos porcos. A carcaça de carne e gordura significava abundância da cozinha e conforto do estômago. Com o mesmo direito, acercam-se os desencarnados, tão inferiores quanto já o fomos, dos animais mortos, cujo sangue fumegante lhes oferece vigorosos elementos vitais. Sem dúvida, o quadro é lastimável; não nos compete, porém, lavrar as condenações. Cada coisa, cada ser, cada alma, permanece no processo evolutivo que lhe é próprio. E se já passamos pelas estações inferiores, compreendendo como é difícil a melhoria no plano de elevação, devemos guardar a disposição legítima de auxiliar sempre, mobilizando as melhores possibilidades ao nosso alcance, a serviço do próximo.




Ramatis (Hercilio Maes)


Aspectos Gerais Marcianos

Pergunta: Quais os requisitos que favorecem os marcianos, nessa respiração qualitativa, que enunciais?

Ramatis: ...Os marcianos são, pois, admiravelmente receptivos às "emanações magnéticas" do ar que respiram. Porém, o seu equilíbrio orgânico, quanto à saúde, resulta, essencialmente, do seu sistema dietético, pois eles têm repúdio absoluto pela ingestão de qualquer alimento ou produto de origem animal;...


Aspectos Humanos

Pergunta: Quais as causas que dão origem a esse tipo de fisionomias aveludadas, graciosas, de expressão quase infantil? 

Ramatis: São produto de uma alimentação puríssima, à base de sucos e essências vegetais e frutíferas; e o clima puro e sadio também contribui para isso.


Capitulo: Alimentação

Pergunta: A alimentação dos marcianos assemelha-se à nossa, no gênero? 

Ramatis: São integralmente vegetarianos. Consolidaram sua civilização sempre distantes dos macabros banquetes de carnes e vísceras sangrentas, que formam a mórbida alimenta ção terrestre dos humanos. As descrições dos vossos matadouros, charqueadas, açougues e frigoríficos enodoados com o sangue dos animais e ainda o ambiente patético de seus cadáveres esquartejados, tudo isso lhes causa a mesma repugnância e horror que vos dominaria diante de cruentos festins de carne humana.'


Pergunta: Provavelmente seu metabolismo fisiológico dispensa alimentação carnívora, porém, acreditamos, nós somos organicamente necessitados de carne. Estaremos equivocados? 

Ramatis: Eles conhecem e deploram o sofisma de "carência proteínica", que fundamentais em transitórias ilações científicas, para justificardes a vossa alimentação carnívora, visto que, para provar o vosso equívoco, bastaria considerar a existência, em vosso mundo, de animais como o elefante, o boi, o camelo, o cavalo e muitos outros, bastante corpulentos e vigorosos e que, entretanto, são rigorosamente vegetarianos. Contingência esta que depõe contra o assassinato de animais inofensivos, adotado por vós como base da vossa alimentação. Mesmo porque já tendes provas irrecusáveis de que podeis viver e gozar ótima saúde sem recorrerdes à alimentação carnívora. Em resumo, os marcianos, em sua alta inteligência, classificam o desvio "psicofísico" que orienta o modo da vossa alimentação, como perversão do gosto e do olfato; e tão rude que vos rebaixa ao animalismo de sugar o tutano de ossos e de ingerir vísceras na feição de saborosas iguarias.


Pergunta: O modo de nos alimentarmos influi, então, na ascensão espiritual? 

Ramatis: Considerando que o planeta Marte é o degrau superior ao da Terra, ao qual, por lei ascensional, tereis que chegar, é conveniente que vos prepareis, desde já, para esse desiderato infalível. Quanto mais vos escravizardes ao que é incompatível com os marcianos, mais distantes estareis do seu convívio superior. Para que, no futuro, possais habitar organismos delicados e vegetarianos, sois obrigados à alimentação sadia e qualitativa, exercitando-vos, presentemente, na "menor quantidade" e na "melhor qualidade". O volume digestivo, muito ao gosto terrestre, deve ser paulatinamente substituído pelo conteúdo qualidade, muito da preferência marciana.


Pergunta: Pode a alimentação influir nas reencarnações futuras, em outros mundos melhores? Não há perfeita distinção entre os planos vibratórios da matéria e do espírito? 

Ramatis: O vosso perispírito nutre-se com a energia astral que circunda e interpenetra a Terra, devendo grande parte de sua luminosidade astral à substância do hélio, que o circula vigorosamente em todo o conjunto. É óbvio que o campo perispiritualenergético, que vos acompanha após o desencarne, como invólucro configuracional do espírito, há de ser constituído das vibrações hostis, desarmoniosas e coercivas que são próprias das paixões desequilibradas da Terra. Esse conjunto vibracional entrará em conflito com um conteúdo tão sedativo, harmonioso e sublime, como é a aura astral de Marte. A atuação dos fluidos agressivos do vosso mundo, sobre a delicadeza da substância astral marciana, que se há de combinar para a formação do novo perispírito, assemelha-se ao vigor selvático dos rebentos vegetais, que tentam exterminar a energia aprimorada do enxerto superior. Insistindo, pois, na alimentação impura da carne, estareis incorporando no vosso perispírito as mesmas energias astrais inferiores que são próprias dos animais. As vibrações compressoras da natureza instintiva e bruta dos animais dissolvem-se na aura do vosso perispírito e o tornam sombrio, de baixa freqüência vibratória, predispondo-vos sempre ao gosto primitivo. Sendo o vosso perispírito a forma que sobrevive e vos acompanha "alémtúmulo", servindo de veste que vos dá o todo fisionômico e vos distingue como entidade morfológica na esfera astral, o seu tecido será tão sutil, compacto ou opressivo, conforme a natureza da "energia-magnético-vital" que absorverdes na existência física. Lembramos-vos que a própria luz do vosso plano meteria' manifesta-se límpida e vigorosa, conforme o combustivel,que usais, e se o vestuário de couro oprime, o de linho refresca o vosso corpo.


Pergunta: E por que a alimentação carnívora se transformou num hábito generalizado entre nós? 

Ramatis: Exacerbando o desejo, que passa a dirigir-vos e a que aflitivamente sois excitados nas evocações mentais, que vos criam odores carnívoros e aspectos epicuristas das mesas festivas da Terra. Se sois fracos ou desabusados, em breve estareis circulando, angustiadamente, por entre os pratos fumegantes das vísceras condimentadas dos festins humanos, onde os despojos animais são queimados em entusiastas festas campestres. Assim como o desejo do álcool atrai os viciados para a ingestão de fluidos corrosivos que lhes mitiguem a sede dantesca, o apetite, não extinto pela carne do animal, arrasta os mais débeis para a continuidade de uma digestão virtual.


Pergunta: Mas Jesus não afirmou que "o homem não se perde pelo que entra pela boca, mas pelo que dela sai"? 

Ramatis: O Mestre foi bem explícito na sua advertência, pois, se afirmou que não seríeis "perdido" pelo que entrasse em vossa boca, e sim pelo que dela saísse, de maneira alguma vos prometeu graças ou merecimentos superiores, mesmo que continuásseis a comer carne. Nenhuma tradição cristã vos traz a figura do Meigo Nazareno trinchando vísceras animais. Lembrou-vos, apenas, o que não 'perderieis", mas não aludiu ao que deixaríeis de "ganhar" se não vos purificásseis na alimentação.



Emmanuel (Francisco Cândido Xavier)


Sobre os Animais

...recebei como obrigação sagrada o dever de amparar os animais na escala progressiva de suas posições variadas no planeta. Estendei até eles a vossa concepção de solidariedade e o vosso coração compreenderá, mais profundamente, os grandes segredos da evolução, entendendo os maravilhosos e doces mistérios da vida.



Joanna de Ângelis (Divaldo Franco)


Não se pode amar e sentir compaixão apenas dos seres pensantes, sem uma correspondência com os demais que constituem a ordem universal, particularmente no planeta-mãe, que é a Terra




Emmanuel (Francisco Candido Xavier) 


"O animal caminha para a condição de homem tanto quanto o homem caminha para a condição de anjo." 




André Luiz (Francisco Cândido Xavier)


Desenvolvimente Mediúnico (instrutor Alexandre, se dirigindo a André Luiz)

O instrutor colocou-me, em seguida, ao lado de uma dama simpática e idosa. Após examiná-la, atencioso, acrescentou: 

Repare nesta nossa irmã. É candidata ao desenvolvimento da mediunidade de incorporação. Fraquíssima luz emanava de sua organização mental e, desde o primeiro instante, notara-lhe as deformações físicas. O estômago dilatara-se-lhe horrivelmente e os intestinos pareciam sofrer estranhas alterações. O fígado, consideravelmente aumentado, demonstrava indefinível agitação. Desde o duodeno ao sigmóide, notavam-se anomalias de vulto. Guardava a idéia de presenciar, não o trabalho de um aparelho digestivo usual, e sim de vasto alambique, cheio de pastas de carne e caldos gordurosos, cheirando a vinagre de condimentação ativa. Em grande zona do ventre superlotado de alimentação, viam-se muitos parasitos conhecidos, mas, além deles, divisava outros corpúsculos semelhantes a lesmas voracíssimas, que se agrupavam em grandes colônias, desde os músculos e as fibras do estômago até a válvula ileocecal. Semelhantes parasitos atacavam os sucos nutritivos, com assombroso potencial de destruição. Observando-me a estranheza, o orientador falou em meu socorro: – Temos aqui uma pobre amiga desviada nos excessos de alimentação. Todas as suas glândulas e centros nervosos trabalham para atender as exigências do sistema digestivo. Descuidada de si mesma, caiu na glutonaria crassa, tornando-se presa de seres de baixa condição. 





Parte 2 + bônus Bíblia

André Luiz (Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira)


2- PREPARO PARA A REUNIÃO: ALIMENTAÇÃO

Aconselháveis os pratos ligeiros e as quantidades mínimas, crendo-nos dispensados de qual#quer anotação em torno da impropriedade do álcool, acrescendo observar que os amigos ainda necessitados do uso do fumo e da carne, do café e dos temperos excitantes, estão convidados a lhes reduzirem o uso, durante o dia determinado para a reunião, quando não lhes seja possível a abstenção total, compreendendo-se que a posição ideal será sempre a do participante dos trabalhos que transpõe a porta do templo sem quaisquer problemas alusivos à digestão. 



Edmundo Xavier de Barros (Francisco Cândido Xavier)


"...Aos meus amigos da Terra

Espero-vos aqui com as minhas festas,

Nas quais, porém, o vinho não explode,

Nem há cheiro de carnes ou cebolas.


Evitai as comidas indigestas,

Pois na hora do “salva-se quem pode”,

Muita gente nem fica de ceroulas…"



Casimiro Cunha (Francisco Cândido Xavier)


Os Aninais

Na casa da Natureza, O Pai espalhou com arte As bênçãos de luz da vida, Que brilham em toda a parte.  Essas bênçãos generosas, Tão ricas, tão naturais, São notas de amor divino Na esfera dos animais. Não te esqueças: no caminho, Praticando o bem que adores, Busca ver em todos eles Os nossos irmãos menores. A Providência dos Céus Jamais esquece a ninguém; Deus que é Pai dos homens sábios, É Pai do animal também. A única diferença, Em nossa situação, É que o animal não chegou Às vitórias da Razão. Entretanto, observamos Em toda a sua existência Os princípios sacrossantos De amor e de inteligência. Vejamos a abelha amiga No grande armazém do mel, A galinha afetuosa, O esforço do cão fiel. O boi tão útil a todos, É bondade e temperança; O muar de força hercúlea Obedece a uma criança. Ampara-os, sempre que possas, Nas horas de tua lida. O animal de tua casa Tem laços com tua vida. 

A lei é conjunto eterno De deveres fraternais: Os anjos cuidam dos homens, Os homens dos animais. 



André Luiz (Francisco Cândido Xavier)


Evangelho no Ambiente Rural

Ajudemo-lo a compreender, para que se organize uma era nova. Auxiliemo-lo a amar a terra, antes de explorá-la no sentido inferior, a valer-se da cooperação dos animais, sem os recursos do extermínio! Nessa época, o matadouro será convertido em local de cooperação, onde o homem atenderá aos seres inferiores e onde estes atenderão as necessidades do homem, e as árvores úteis viverão em meio do respeito que lhes é devido. Nesse tempo sublime, a indústria glorificará o bem e, sentindo-nos o entendimento, a boa vontade e a veneração às leis divinas, permitir-nos-á o Senhor, pelo menos em parte, a solução do problema técnico de fixação do nitrogênio da atmosfera. 




Neio Lúcio (Francisco Cândido Xavier)


Consciência

Em seguida, comentou as consequências desastrosas de nossos gestos impensados ou criminosos, que espelham desarmonias e perturbações.

Explicou que tem visto inúmeros meninos com os quais se verificou o que ocorria, embora fossem outros os fatos lamentáveis recordados. Lembrou muitas crianças de grande porte, com bastante entendimento, que passam longas horas derrubando ninhos, prendendo aves ou matando-as sem consideração, perseguindo cães trabalhadores ou apedrejando, por perverso prazer, animais úteis e mansos.

Esclareceu que todos os jovens dessa espécie experimentam aqui provações bem amargas, sendo obrigados a reparar as faltas que levaram a efeito no mundo, com absoluto menosprezo das respeitáveis determinações dos pais ou dos bons conselhos das pessoas mais velhas…

*

"…Já não possuo mais ócios e nem horas desaproveitadas.

Em todos os instantes consagrados a recreios e diversões, encontro árvores para cuidar e animaizinhos daqui, aos quais posso auxiliar com eficiência e proveito. Eu, que tanto me alegrava vendo s aves perseguidas pelos meninos fortes, hoje me dedico a ajudar pequenos pássaros na construção de ninhos."




João de Deus (Francisco Cândido Xavier)


Conversando

Mão pequenina e boa

Não atire pedrada aos passarinhos,

Não torture animais...

A vida é luz que Deus aperfeiçoa,

Nos lares, nos estábulos, nos ninhos,

Qual o melhor dos pais.




Irmão X (Francisco Cândido Xavier)


O Enigma da Obsessão

Longa série de “porquês” empolgava-nos a imaginação, quando Menés, otimista ancião do nosso grupo, à maneira de carinhoso avô, falou bem-humorado:

— A propósito do assunto, contarei a vocês um apólogo que nos pode conferir alguma ideia acerca do nosso imenso atraso moral.

E, tranquila, narrou: 

— Em épocas recuadas, numa cidade que os séculos já consumiram, os bois sentiram que também eram criaturas feitas por nosso Pai Celestial, não obstante inferiores aos homens. Sentindo essa verdade, começaram a observar a crueldade com que eram tratados. O homem que, pela coroa de inteligência, devia protegê-los e educá-los, deles se valia para ingratos serviços de tração, sob golpes sucessivos de aguilhões e azorragues. Não se contentando com essa forma de exploração, escravizava-lhes as companheiras, furtando-lhes o leite dos próprios filhos, reservando-lhes à família e a eles próprios horrível destino no açougue, Se alguns deles hesitavam no trabalho comum, sofrendo com a tuberculose ou com a hepatite, eram, de pronto, encaminhados à morte e ninguém lhes respeitava o martírio final. Muitas pessoas compravam-lhes as vísceras cadavéricas ainda quentes, tostando-as ao fogo para churrascos alegres, enquanto outras lhes mergulhavam os pedaços sangrentos em panelas com água temperada, convertendo-os em saborosos quitutes para bocas famintas. Não conseguiam nem mesmo o direito à paz do túmulo, porque eram sepultados, aqui e ali, em estômagos malcheirosos e insaciáveis. Apesar de trabalharem exaustivamente para o homem, não conseguiam a mínima recompensa, de vez que, depois de abatidos, eram despojados dos próprios chifres e dos próprios ossos, para fortalecimento da indústria... Magoados e aflitos, começaram a reclamar; contudo, os homens, embora portadores de belas virtudes potenciais, receavam viver sem o cativeiro dos bois. Como enfrentarem, sozinhos, as duras tarefas do arado? Como sustentarem a casa sem o leite? Como garantirem a tranqüilidade do corpo sem a carne confortadora dos seres bovinos? O petitório era simpático, mas os bichos se mostravam tão nédios e tão tentadores que ninguém se arriscava à solução do problema. Depois de numerosas súplicas sem resposta, as vítimas da voracidade humana recorreram aos juízes; entretanto, os magistrados igualmente cultivavam a paixão do bife e do chouriço e não sabiam servir à Justiça, sem as utilidades do leite e do couro dos animais. Assim, o impasse permaneceu sem alteração e qualquer touro mais arrojado que se referisse ao assunto, a destacar-se da subserviência em que se mantinha o rebanho, era apedrejado, espancado e conduzido, irremediavelmente, ao matadouro... O venerável amigo fez longa pausa e acrescentou: 

— Essa é a luta multissecular entre encarnados e desencarnados que se devotam ao vampirismo. Sem qualquer habilitação para a vida normal, fora do vaso físico, temem a grandeza do Universo e recuam apavorados, ante a glória do Espaço Infinito, procurando a intimidade com os irmãos ainda envolvidos na carne, cujas energias lhes constituem precioso alimento à ilusão. E desse modo que as enfermidades do corpo e da alma se espalham nos mais diversos climas. Os homens, que se julgam distantes da harmonia orgânica sem o sacrifício dos animais, são defrontados por gênios invisíveis que se acreditam incapazes de viver sem o concurso deles. O enigma da obsessão, no fundo, é problema educativo. Quando o homem cumprir em si mesmo as leis superiores da bondade a que teoricamente se afeiçoa, deixará de ser um flagelo para a Natureza, convertendo-se num exemplo de sublimação para as entidades inferiores que o procuram... Então, a consciência particular inflamar-se-á na luz da consciência cósmica e os tristes espetáculos da obsessão recíproca desaparecerão da Terra... Até lá – concluiu, sorrindo –, reclamar contra a atuação dos Espíritos delinqüentes, conservando em si mesmo qualidades talvez piores que as deles, é arriscar-se, como os bois, à desilusão e ao espancamento. O ímã que atrai o ferro não atrai a luz. Quem devora os animais, incorporando-lhes as propriedades ao patrimônio orgânico, deve ser apetitosa presa dos seres que se animalizam. Os semelhantes procuram os semelhantes. Esta é a Lei. 





Irmão X (Francisco Cândido Xavier)


O Homem e o Boi

Um anjo de longínquo sistema, interessado em conhecer os variados aspectos e graus da razão na inteligência Universal, pousou num campo terrestre e, surpreso ante a paisagem, aí encontrou um homem e um boi. Admirou as flores silvestres, fixou os horizontes coloridos de sol e rejubilou-se com a passagem do vento brando, rendendo graças ao Supremo Senhor. Como não dispunha, todavia, de mais larga parcela de tempo, passou à observação direta dos seres que povoavam o solo, aferindo o progresso do entendimento no orbe que visitava. 

Examinou as pupilas do homem e descobriu a inquietação da maldade. Sondou os olhos do boi e encontrou calma e paz. Usando o critério que lhe era particular, conclui de si para consigo que o boi era superior ao homem. Consolidou a impressão quando, para experimentar, pediu mentalmente aos dois trabalhassem em silêncio. O animal respondeu com perfeição, movimentando-se, humilde, mas o companheiro bípede gritou, espetacularmente, proferindo nomes feios que fariam corar uma pedra. Um tanto alarmado, o anjo recomendou paciência. O educado bisneto da selva continuou trabalhando, imperturbável e tolerante. Todavia, o irrequieto descendente de Adão estalou um chicote, ferindo as ancas do colaborador de quatro patas. Acabrunhado agora, diante da cena triste, o sublime embaixador pediu atitudes de sacrifício. O servo bovino obedeceu, sem qualquer relutância, revelando indiscutível interesse em ser útil, distraído das próprias chagas. O administrador humano, contudo, redobrou a crueldade, recorrendo ao ferrão para dilacerar-lhe, ainda mais, a carne sanguinolenta... 

Sensibilizadíssimo, o fiscal celeste anotou o que supôs conveniente aos fins que o traziam e afastou-se, preocupado. Não atravessara grande distância e encontrou uma vaca em laço forte, com outro homem a ordenhá-la. Sob impressão indefinível, emitiu apelos à renúncia. A mãe bovina atendeu com resignação heróica, prosseguindo firme na posição de quem sabia sacrificar-se, mas o ordenhador, antes que o emissário de cima os analisasse, de perto, porque certa mosca lhe fustigava o nariz, esbofeteou o úbere da vaca, desabafando-se. O funcionário dos altos céus, compadecido, acariciou a vítima que se movimentou alguns centímetros, agradavelmente sensibilizada. O tratador, porém, berrou desvairado, caluniando-a... Queres escoucear-me, não é? Gritou, diabólico. Ergueu-se lesto, deu alguns passos, sacou de bengala rústica e esbordoou-lhe os chifres. Emocionado, o anjo vivificou as energias da vaca, aplicando o seu magnetismo divino, rogou para ela as bênçãos do Altíssimo, empregou forças de coação no agressor, conferindo-lhe salutar dor de cabeça, efetuou os registros que desejava e retirou-se. 

Prestes a desferir vôo, firmamento a fora, encontrou um gênio sublime da hierarquia terrena. Cumprimentaram-se, fraternos, e o fiscal divino comentou a beleza da paisagem. Não ocultou, porém, a surpresa de que se possuía. Relacionou os objetivos que o obrigaram a parar alguns minutos na Terra e rematou para o irmão na pureza e na virtude: Estou satisfeito com a elevação sentimental das criaturas superiores do Planeta. Cultivam a generosidade, renunciam no momento oportuno, trabalham sem lamentações e, sobretudo, auxiliam, com invulgar serenidade, os inferiores. O anjo da ordem terrestre silenciou, espantado por ouvir tão rasgado elogio aos homens. O outro, no entanto, prosseguiu: Tive ocasião de presenciar comovedores testemunhos. Pesa-me confessá-lo, porém: não posso concordar com a posição dos seres mais nobres da terra, que se movimentam ainda sobre quatro pés, quando certo animal feroz, que os acompanha, agressivo, já detém a leveza do bípede. Naturalmente, sabe o Altíssimo o motivo pelo qual individualidades tão distintas aqui se encontra, unidas para a evolução em comum... Tenho, contudo, o propósito de apresentar um relatório minucioso às autoridades divinas, a fim de modificarmos o quadro reinante. Assinalando-lhe os conceitos, o companheiro solicitou explicações mais claras. O anjo estrangeiro convidou-o a verificações diretas. O protetor da Terra, desapontado, esclareceu, por sua vez, ser diversa a situação: o bípede é na crosta Planetária o Rei da inteligência, guardando consigo a láurea da compreensão, sendo o boi simples candidato ao raciocínio, absolutamente entregue ao livre-arbítrio do controlador do solo. Acentuou que, não obstante operoso e humilde, o cooperador bovino gastava a existência servindo para o bem, e acabava dando os costados no matadouro, para que os homens lhe comessem as vísceras... 

O forasteiro dos céus mais altos, sem dissimular o assombro, considerou: Então, o problema é muito pior... Pensou, pensou e aduziu: Jamais encontrei um planeta onde a razão estivesse tão degradada. Despediu-se do colega, preparou o afastamento definitivo sem mais delonga e concluiu: Apresentarei relatório diferente. Mas ainda não se sabe se o anjo foi pedir medidas ao Trono Eterno para que os bois levantem as patas dianteiras, de modo a copiarem o passo de um herói humano, ou foi rogar providências aos Poderes Celestiais a fim de que os homens desçam as mãos e andem de quatro, à maneira dos bois...




Vários (Marcel Benedeti)


Anésio pede aos alunos que apurem a Visão e percebam as presenças estranhas dentro do cercado e ao redor. 

— Observem a quantidade de entidades desencarnadas que se encontram entre os animais. Eram centenas ou talvez milhares de seres com aparência medonha como aquelas vistas durante a visita ao umbral, com seus corpos deformados. Pareciam personagens de filmes de horror, que se movimentavam rapidamente como sombras, entre os animais que sentiam e temiam suas presenças. Eram entidades escuras, de baixo padrão energético. Alguns corriam alucinados de um lado para outro, gritando Como dementados, outros cavalgavam os animais por diversão, Outros gritavam aos funcionários estimulando-os a aplicarem mais descargas elétricas nos animais para que estressados, produzissem mais adrenalina e cortisol. Estressados, os animais produzem maiores quantidades de energias densas das quais se alimentavam como esfomeados, sugando-os, ao agarrar-se aos animais. Estes tentavam fugir desesperadamente das entidades que os assustavam mais que os funcionários com seus aparelhos de tortura, mas não tinham para onde ir. 

Aqueles seres riam alto, felizes com a possibilidade de absorverem as energias dos animais prestes a serem abatidos. Gritavam e uivavam como lobos à espera de mais energias produzidas pelos pobres animais que já estavam impregnados delas. A cada choque que os funcionários aplicavam nos animais, ouviam-se gritos de estímulo ao redor, pois significava mais energia para serem sugadas. À medida em que entravam pelo corredor; o animal que ia à frente consegue ver a porteira aberta na outra extremidade. Seria a saída daquele inferno? Iludidos com a falsa idéia de poderem fugir dali, corriam apressados com os olhos fixos na porteira aberta. Liberdade finalmente. Aproximam-se rapidamente, acreditando estar diante da chance de se livrarem do cativeiro, mas quando a porteira se fecha diante deles impedindo sua passagem ou seu retorno, faz com que fiquem presos no corredor da morte. Nesse momento, ouviu-se um grito longo de satisfação de uma das entidades que estavam sobre a grade da porteira. Dá um salto e imediatamente agarra-se ao tórax do animal que se assusta com seu movimento brusco para sugar-lhe a energia que escorria em fluxo acinzentado mais abundante ainda espesso como graxa, o que para eles era um banquete. 

Anésio pediu que observassem acima da porteira. Havia um funcionário escondido, portando uma enorme marreta. A porteira se abre e o animal, com esperança de deixar aquele sofrimento, vai em busca de uma provável liberdade, que não encontrará vivo. Ao entrar, as porteiras se fecham e o animal não pode mais retroceder e antes que note a presença do funcionário, ela desce sobre sua cabeça, fazendo-o perder os sentidos. Dos alunos ouviu-se em uníssono um som de lamento pela pena que causava. A marreta caiu pesadamente sobre o crânio do animal que desacordado rolou para dentro do prédio. Antes que recobrasse a consciência os funcionários o penduraram pelas pernas de trás em um dispositivo elevatório e cortam lhe as jugulares que jorravam sangue em abundância. Nesse momento centenas de entidades que estavam à espreita saltaram sobre o sangue, aos montes, como moscas sobre o açúcar. Lambuzavam-se daquele líquido como animais selvagens sobre a sua presa. Outros agarravam-se à carcaça da pobre vítima para sugar-lhe as últimas energias. 

Anésio pede para observarem a carne já embalada e pergunta: 

— Os senhores notam algo de diferente nesta carne em relação ao que acompanharam até o momento? Todos observaram melhor e viram ainda entidades abraçadas aos pedaços de carne e uma nuvem escura ao redor da peça comercial de carne. Então falou: 

— Esta energia permanecerá com a carne enquanto existirem células vivas nela e enquanto não se deteriorar a última célula, aqueles seres permanecerão ali, tentando sorver o que puderem. Mesmo após cozida, a carne levará parte desta energia, em um bife, por exemplo, que poderá ser servida a qualquer pessoa. A pessoa que ingeri-la, absorverá parte daquela energia escura conseqüente ao que passou o animal antes de sua morte e algo das entidades que se mantiveram em contato com a peça o tempo todo. 

*

...— Professor — chamou uma aluna. 

— O que acontece quando ingerimos esta energia? — perguntou Emi, uma descendente de japoneses. — Vamos ver o que acontece ‘in loco’ — respondeu Anésio. 

— Vamos ao refeitório do matadouro, onde as pessoas estão se alimentando de carne agora mesmo. Ao chegar, se encontraram dezenas de funcionários almoçando e o prato principal era carne. O professor Anésio abriu uma tela fluídica à frente dos alunos e pediu que observassem qual o trajeto da energia no organismo: 

— Vejam. A pessoa que ingere carne, imediatamente, tem a cor de sua aura alterada. Os tons tornam-se escuros. Observem os intestinos. Notem como revestem-se de uma espécie de fuligem negra. As células intestinais parecem relutar para absorverem, mas assim que o fazem, tornam-se escuras. …




Ramatis (Hercílio Maes)


PERGUNTA: — Surpreendem-nos as vossas asserções algo vivas; muita gente não compreende, ainda, que essa grave impro-priedade da alimentação carnívora causa-nos tão terríveis conseqüências! Será mesmo assim?


RAMATÍS: — O anjo, já liberto dos ciclos reencarnatórios, é sempre um tipo de suprema delicadeza espiritual. A sua tessitur diáfana e formosa, e seu cântico inefável aos corações humanos nã são produtos dos fluidos agressivos e enfermiços dos “patê de foie-gras” (pasta de fígado hipertrofiado), da famigerada “dobradinha a molho pardo” ou do repasto albumínico do toucinho defumado A substância astral, inferior, que exsuda da carne do animal penetra na aura dos seres humanos e lhes adensa a transparênci natural, impedindo os altos vôos do espírito. Nunca havereis solucionar problema tão importante com a doce ilusão de ignorar realidade do equívoco da nutrição carnívora e, quiçá, tarde demais para a desejada solução.




Msr. Didier (Allan Kardec)


O sacrifício da carne foi severamente condenado pelos grandes filósofos da Antiguidade. O Espírito elevado revolta-se à ideia do sangue, e sobretudo à ideia de que o sangue é agradável à Divindade. Notai bem que aqui não se trata de sacrifícios humanos, mas unicamente de animais oferecidos em holocausto. Quando o Cristo veio anunciar a Boa Nova, não ordenou sacrifícios de sangue, porquanto ocupou-se unicamente do Espírito. Os grandes sábios da Antiguidade igualmente tinham horror a esse tipo de sacrifícios, e eles próprios só se alimentavam de frutos e raízes




André Luiz (Francisco Cândido Xavier)


Vampirismo

Contudo, meu amigo – propus-me a considerar –, a idéia de que muita gente na Terra vive à mercê de vampiros invisíveis é francamente desagradável e inquietante. E a proteção das esferas mais altas? E o amparo das entidades angélicas, a amorosa defesa de nossos superiores? 

– André, meu caro – falou Alexandre, benevolente –, devemos afirmar a verdade, embora contra nós mesmos. Em todos os setores da Criação, Deus, nosso Pai, colocou os superiores e os inferiores para o trabalho de evolução, através da colaboração e do amor, da administração e da obediência. Atrevernos-íamos a declarar, porventura, que fomos bons para os seres que nos eram inferiores? Não lhes devastávamos a vida, personificando diabólicas figuras em seus caminhos? 

Claro que não desejamos criar um princípio de falsa proteção aos irracionais, obrigados, como nós outros, a cooperar com a melhor parte de suas forças e possibilidades no engrandecimento e na harmonia da vida, nem sugerimos a perigosa conservação dos elementos reconhecidamente daninhos. Todavia, devemos esclarecer que, no capítulo da indiferença para com a sorte dos animais, da qual participamos no quadro das atividades humanas, nenhum de nós poderia, em sã consciência, atirar a primeira pedra. 

Os seres inferiores e necessitados do Planeta não nos encaram como superiores generosos e inteligentes, mas como verdugos cruéis. Confiam na tempestade furiosa que perturba as forças da Natureza, mas fogem, desesperados, à aproximação do homem de qualquer condição, excetuando-se os animais domésticos que, por confiar em nossas palavras e atitudes, aceitam o cutelo no matadouro, quase sempre com lágrimas de aflição, incapazes de discernir com o raciocínio embrionário onde começa a nossa perversidade e onde termina a nossa compreensão. Se não protegemos nem educamos aqueles que o Pai nos confiou, como germens frágeis de racionalidade nos pesados vasos do instinto; se abusarmos largamente de sua incapacidade de defesa e conservação, como exigir o amparo de superiores benevolentes e sábios, cujas instruções mais simples são para nós difíceis de suportar, pela nossa lastimável condição de infratores da lei de auxílios mútuos? 

Na qualidade de médico, você não pode ignorar que o embriologista, contemplando o feto humano em seus primeiros dias, a distância do veículo natural, não poderá afirmar, com certeza, se tem sob os olhos o gérmen dum homem ou de um cavalo. O médico legista encontra dificuldades para determinar se a mancha de sangue encontrada eventualmente provém de um homem, dum cão ou dum macaco. O animal possui igualmente o seu sistema endocrínico, suas reservas de hormônios, seus processos particulares de reprodução em cada espécie e, por isso mesmo, tem sido auxiliar precioso e fiel da Ciência na descoberta dos mais eficientes serviços de cura das moléstias humanas, colaborando ativamente na defesa da Civilização. Entretanto... Interrompera-se o instrutor e, considerando a gravidade do assunto, perguntei com emoção: 

– Como solucionar tão dolorosos problemas? 

– Os problemas são nossos – esclareceu o generoso amigo, tranqüilamente –, não nos cabe condenar a ninguém. Abandonando as faixas de nosso primitivismo, devemos acordar a própria consciência para a responsabilidade coletiva. A missão do superior é a de amparar o inferior e educá-lo. E os nossos abusos para com a Natureza estão cristalizados em todos os países, há muitos séculos. Não podemos renovar os sistemas econômicos dos povos, dum momento para outro, nem substituir os hábitos arraigados e viciosos de alimentação imprópria, de maneira repentina. Refletem eles, igualmente, nossos erros multimilenares. Mas, na qualidade de filhos endividados para com Deus e a Natureza, devemos prosseguir no trabalho educativo, acordando os companheiros encarnados, mais experientes e esclarecidos, para a nova era em que os homens cultivarão o solo da Terra por amor e utilizar-se-ão dos animais, com espírito de respeito, educação e entendimento. 




Ramatis (Hercílio Maes)


Alimentação

Pergunta: Mas Jesus não afirmou que "o homem não se perde pelo que entra pela boca, mas pelo que dela sai"?


Ramatis: O Mestre foi bem explícito na sua advertência, pois, se afirmou que não seríeis ‘perdido’ pelo que entrasse em vossa boca, e sim pelo que dela saísse, de maneira alguma vos prometeu graças ou merecimentos superiores, mesmo que continuásseis a comer carne. Nenhuma tradição cristã vos traz a figura do Meigo Nazareno trinchando vísceras animais. Lembrou-vos, apenas, o que não 'perderíeis", mas não aludiu ao que deixaríeis de ‘ganhar’ se não vos purificásseis na alimentação.



Vários


Gêneses 9

4: Mas não comam carne com sangue, que é vida. 5: A todo aquele que derramar sangue, tanto homem como animal, pedirei contas; a cada um pedirei contas da vida do seu próximo.



Coríntios 8

13: Por isso, se a comida escandalizar a meu irmão, nunca mais comerei carne, para que meu irmão não se escandalize.



Daniel 1: 11, 12, 13, 14, 15, 16 

Então disse Daniel ao despenseiro a quem o chefe dos eunucos havia constituído sobre Daniel, Hananias, Misael e Azarias:

Experimenta, peço-te, os teus servos dez dias, e que se nos dêem legumes a comer, e água a beber. Então se examine diante de ti a nossa aparência, e a aparência dos jovens que comem a porção das iguarias do rei; e, conforme vires, procederás para com os teus servos.

E ele consentiu isto, e os experimentou dez dias. E, ao fim dos dez dias, apareceram os seus semblantes melhores, e eles estavam mais gordos de carne do que todos os jovens que comiam das iguarias do rei.

Assim o despenseiro tirou-lhes a porção das iguarias, e o vinho de que deviam beber, e lhes dava legumes.



Lucas 12

6: Não se vendem cinco pardais por duas moedinhas? Contudo, nenhum deles é esquecido por Deus.



Salmos 36 

6: A tua justiça é como as grandes montanhas; os teus juízos são um grande abismo. Senhor, tu conservas os homens e os animais.